Linguagem Corporal

Cruzar os Braços é proibido? - Academia de Linguagem Corporal

Anderson Carvalho
Escrito por Anderson Carvalho em 15/01/2018
Cruzar os Braços é proibido? - Academia de Linguagem Corporal
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Cruzar os braços pode trazer significados diferentes e interpretações equivocadas. Apesar, claro, de que toda pose é feita para demonstrar uma imagem, nem sempre ela quer dizer que aquilo que você está tentando passar, é coerente com sua intenção.

Braços cruzados são típicos em fotos de perfis profissionais, basta dar uma corrida de olhos no Linkedin e irá deparar com pelo menos 80% das fotos de perfis com braços cruzados.

Algumas pessoas acreditam que essa imagem os façam ser percebidos como “mais profissionais” e diferenciados… Mas como ser diferenciado se todo mundo sai na foto do mesmo jeito?

Cruzar os Braços, mitos ou verdades?

Em todas as categorias profissionais, os mitos são aqueles temperos que servem para mexer com a imaginação das pessoas que não tem certeza ou não sabem o bastante suficiente para tratar do assunto.

Algumas pessoas ainda viajam literalmente na maionese e criam mitos em cima de outros mitos e quando você percebe, se torna mais um folclore do que propriamente um assunto sério que você estudou durante anos.

Cruzar os braços é um mero detalhe. Posso ir mais longe e dizer que a maioria das interpretações associadas a essa postura, é tão falsa quanto aos movimentos oculares, que segundo alguns “especialistas” você pode descobrir se uma pessoa está dizendo verdade ou mentira através desses movimentos.

Temos um artigo onde falamos sobre alguns mitos da Linguagem Corporal

Olhe o “todo”

Mas quando você cruza os braços, a imagem repassada não é a mesma de que uma pessoa com braços abertos. Sim, e é verdade, se você não tem nada lhe servindo como barreira, uma imagem de confiança é repassada, mas não quer dizer que sempre o ato de cruzar os braços significará que a outra pessoa não está interessada no que você está dizendo, ou que ela está se trancando. Precisamos levar em conta sempre os contextos!

Poder

Quando olhamos para uma imagem de um segurança, é comum depararmos com uma pessoa forte cruzando os braços, tendo os bíceps torneados, peitos estufados e tronco ereto. Uma característica de que a pessoa está tentando parecer ser maior do que o normal para inibir um possível agressor.

Self Hug

O Self Hug, ou o autoabraço é comum pela maioria das pessoas, seja em público ou privado, é um ato inerente de buscar conforto.

Concentração

Tendemos a tomar essa postura quando ouvimos outra pessoa falando ou quando estamos prestando atenção em algo. Essa atitude não é uma maneira de demonstrar desinteresse, mas uma maneira que o corpo busca confortar-se.

Insegurança

Cruzar os braços também pode significar que uma pessoa está com medo, insegura ou sentindo-se desconfortável com algo que está sendo tratado. E nesse contexto cabe o auto-toque, uma tentativa de buscar pelo conforto.

O autoabraço pode ser uma busca pelo alívio do estresse, pois inconscientemente acariciamos nossos bíceps e em alguns casos, as auto carícias no pescoço que demonstram tentativas de aliviar a tensão.

Frustração

Esse é um comportamento mais infantil, pode ser notado com mais frequência em crianças quando são contrariadas por algo. Apesar de alguns adultos com atitudes infantis também deixar esses comportamentos serem transparecidos.

Inferioridade

Enquanto um segurança tende a parecer maior, aumentando seu tamanho através do cruzar dos braços, uma pessoa que se sente submissa pode cruzar os braços tentando se proteger e diminuir seu tamanho. Nesse caso, a pessoa curva-se para dentro buscando proteção.

Ambiente Frio

Quando sentimos calor, separamos braços, pernas deixando o mais longe possível do corpo para evitar de suar. Em caso de frio, buscamos o oposto. Queremos sentir cuidados e o auto-contato proporciona gerar mais calor.

Quando expostos em ambientes onde o ar condicionado está fora dos nossos padrões climáticos, o reconforto é buscado através do cruzar de braços.

Lembre-se novamente dos Contextos

Como tudo aquilo que foi dito nesse artigo depende muito do contexto a ser analisado, precisamos antes de fazer nossas análises não verbais, analisar não somente uma postura ou um gesto, mas estar atento ao corpo e às micro expressões faciais, assim como também ao lugar e a situação exposta.

Uma análise só é válida se você levar em conta esses elementos, caso contrário, você passa a presumir que seja verdade, o que passa apenas de um mito.

Na foto acima, podemos ver que os braços cruzados de Donald Trump são apenas um detalhe quando olhamos para a expressão de desprezo em seu rosto.

Os braços aqui podem trazer duas interpretações:

  • insatisfação com algo,
  • simplesmente conforto.

Repare que as pernas parecem estar abertas, o paletó aberto e o abdomen para cima. Mas se olharmos para o sorriso de desprezo, fica fácil notar o sentimento de superioridade e não de fechamento.

Ao analisar uma foto, é preciso saber em que situação ela foi tirada, para evitar julgamentos maliciosos e que não condizem com a verdade.

 

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