Comunicação

Sim! Sua Comunicação pode ser Ruim

Anderson Carvalho
Escrito por Anderson Carvalho em 05/02/2018
Sim! Sua Comunicação pode ser Ruim
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“Meniiiiiiiiiiiino, eu já falei mais de 1000 vezes para você não fazer isso. Será que estou falando grego? Parece surdo? Você só pode estar testando minha paciência. O que eu fiz para merecer isso?”

Não é nada disso, sua comunicação pode ser ruim mesmo!

Você acha que estou falando que língua?

Bem, você se identificou nesse primeiro parágrafo com alguma dessas situações, seja em casa ou no trabalho? Então, esse post é para você.

Mas já adiantando, talvez o problema não seja a outra pessoa, digo talvez, pelo fato de não poder afirmar que ela tenha alguma limitação que dificulta sua compreensão. E mesmo que tivesse, você vai entender nesse post que comunicação não é o que você diz, é o que a outra pessoa entende.

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Compreensão para exercer a comunicação

Nossa comunicação é formada pelas nossas crenças, cultura, experiências vivenciadas em casa, trabalho, escola, na comunidade em que vivemos. Cada pessoa é criada sobre “regras”, “leis”, “dogmas” que irão carregar pelo resto da vida em sua mochila da experiência de vida, formando seus valores e princípios.

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Uma simples palavra pode trazer entendimentos completamente diferentes. Por exemplo: Você disse que me amava? Sim, eu disse, mas meu entendimento de amor não é o mesmo que o seu. Ou então, você disse para fazer “tudo” que fosse possível para ter “sucesso”, e eu fiz. Mas esse “tudo” não precisa estar envolvido em contravenção penal, muito menos prejudicar outras pessoas para que o “tudo” prevaleça para mim.

O papel da neurobiologia

O órgão que mais consome energia do nosso organismo é o cérebro. Quando falta oxigênio, sua capacidade de raciocínio e criatividade fica comprometida.

Se estou empenhado em convencer um japonês de que meu produto é bom, e tudo que sei falar é mandarim, certamente ser parecido não é o mesmo que ser igual. Portanto, vou gastar energia falando, explicando, e não irá adiantar absolutamente nada. Ambos iremos ficar cansados e não chegaremos a um acordo por ninguém conseguir entender o que a outra pessoa está falando.

Quando chegamos ao ponto de não ter compreensão e clareza pelo assunto o qual está sendo tratado, nosso cérebro primitivo entra em ação, buscando se proteger. Isso acontece quando não conseguimos compreender o que o professor está dizendo ou quando nosso chefe está falando sobre as novas estratégias da empresa.

Em um estado mental sobrecarregado, qualquer mensagem será impossível de ser compreendida, muito menos aproveitada. Portanto, esteja atento à essas quatro dicas!

4 passos para ser compreendido

Temos um “problema”, temos o conhecimento desse “problema”, agora vamos para sua solução.

1 – Faça perguntas

Imagina você ir ao oftalmologista e ele receitar o melhor óculos  que existe, mas sem antes fazer exames para saber quais lentes você precisa?

Para não correr o risco de ter que explicar tudo novamente após ter terminado, faça perguntas. Se uma pessoa está te ouvindo e ela tem mais dúvidas após sua explicação do que antes, é sinal que você não conseguiu esclarecer.

Faça com que a pessoa para quem você está comunicando, se envolva, participe do assunto. Diálogos são mais interessantes que monólogos.

Faça perguntas se utilizando de palavras como: Está claro para você? Alguma coisa que disse ficou dissonante? Percebe a relevância do que disse?

“Está claro” sugere que a pessoa é visual, caso ela seja, isso fará com que ela “veja” sua explanação. Dissonância refere-se a tonalidade, no caso ela pode ser mais auditiva. Já o fato de perceber, fará com que ela associe isso a alto tátil, como se estivesse pegando a informação.

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Identificar essas características da recepção do interlocutor é fundamental para que sua comunicação seja bem recebida e compreendida.

2 – Nem rápido, nem devagar, pondere!

Não adianta ser assertivo e ir direto ao ponto. Mas também não adiantará de nada ilustrar demais. Você precisa sempre encontrar o meio termo. Algumas pessoas requerem mais informações, pedem detalhes, faz parte do tipo de perfil dela. Gostam das nuances, tomam decisões com base em comparações. Ser prolixo para essas pessoas é algo natural, já que elas também são assim. Mas tem aqueles que não querem detalhes, querem saber como você vai resolver seu problema e ponto final.

Se você der explicações demasiadamente para uma pessoa mais assertiva, ela vai achar que você está justificando. Na compreensão dela, vai pensar que você está é tentando enrolar e não sabe de nada daquilo que se propôs a fazer. Em contrapartida, se você for assertivo para uma pessoa que gosta de detalhes, ela vai te definir como grosseiro.

Como saber qual comunicação emprega melhor nessa pessoa? Pergunte a ela se você saltou algum ponto ou quer que vá mais adiante. Se ela manifestar apenas dúvida através do olhar, você saberá o que precisa ser feito.

3 – Simplifique

Simplificar não necessariamente é desconsiderar, mas sim considerar aquilo que é útil para quem está te ouvindo. Claro, precisamos lembrar que se você está vendendo um produto com cláusulas complicadas e chatas, você precisará falar delas, mas não é necessário complicar ainda mais o que elas já fazem por si só.

Mostrar que sabe palavras bonitas e difíceis podem confundir a pessoa com quem você está tentando estabelecer uma comunicação. Lembre-se dos votos do STJ e STF em tempos de Lava Jato. Muitas pessoas acompanhando aquilo como fosse um jogo do Brasil em época de Copa do Mundo e tudo que se via era um juridiquês e explanações cansativas e entediantes.

Tem que usar termos técnicos? Use, mas mostre como ele faz toda diferença. Teoria só tem utilidade se puder ser associada à uma prática, pois caso contrário, corre o risco de ser belo, mas não ter muita utilidade.

Não omita informações que sejam importantes. Elas podem ser decisivas para seu fechamento.

4 –  Expresse e Envolva

O que pode ser pior: Não saber se uma pessoa está gostando daquilo que você está falando ou não saber se expressar de acordo com sua fala?

A primeira situação é angustiante, já a segunda, é preocupante!

Considerando que cada um tem uma maneira de agir, a primeira é natural, pois não depende apenas de você, mas das características das outras pessoas. Ser envolvente ao comunicar, é indispensável e se você não está fazendo isso, então esteja alerta!

A pessoa para quem você está falando, precisa olhar para você e dizer: Ele (a) realmente é bom e entende tudo sobre o que está dizendo. Posso confiar!

Não confunda inexpressividade com ser misterioso. Aliás, pessoas misteriosas dentro do bom senso, instigam os outros a se interessarem pelo que está sendo abordado. Quando o mistério é exagerado, torna-se sensacionalista. Lembra do João Kleber com seus suspenses?: Você não vai acreditar no que vai acontecer! Você não faz ideia! E no final das contas, nada de interessante acontecia.

Utilize sua voz e a Linguagem Corporal para fazer com que sua informação seja bem recebida e compreendida pelo interlocutor.

Um profissional em dúvida quanto ao que está sendo tratado, deixando transparecer através da voz trêmula e baixa, e com uma Linguagem Corporal submissa, não irá conseguir convencer ninguém de que aquilo que está sendo dito, realmente é importante e deve ser considerado pela outra parte.

Gestos que ilustram uma conversa contribuem para que a outra pessoa visualize a informação. O cérebro agradece muito os atalhos os quais você pode dar a ele.

Palavras adequadas e tonalidade vocal alinhada, fará com que haja mais congruência e dinâmica entre sua comunicação e mais proveitosa para seu interlocutor.

Lembra do oxigênio? Pois é, se você colocar em prática esses 4 simples passos, você vai estar consumindo menos o seu e do seu interlocutor.

Olá, Sherlock,

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